segunda-feira, 29 de junho de 2009

Desalado

Houve uma grande explosão
E nada parecia ter vida
Nem mesmo ela sorria

Choros, dores, e frio
Qualquer um sentiria
A melancolia era amiga

O espaço, a terra, a água e o ar
Desintegraram, e o que restou
Tudo que não deveria

Assim olhos, pernas, mãos e coração não se
Sentiam,só havia uma mão vazia e a outra amputada,
Nem lastimas ninguém sentia

E o único que nos abraçava
Era a melancolia
Tudo devastado até nossa alma

Que por um instante petrificou
E nada havia. Não há distinção.
Não há fé. Não há. Não há.

Vazio tudo ficou e reinou.
Desalados os anjos ficaram
Quem seria o querubim? Quem poderia voar?
Quem poderia nos salvar?

Reberth Silppo

Sem Título

Lembro-me quando aqui cheguei
Triste minha cidade deixei
Não sabia o que aguardava-me

Meus olhos cabisbaixo não enxergavam
Minhas pernas de casa não queriam sair
Nem as flores queriam flori

Nada parecia ter vida
Sem graça parecia ser
E mesmo sendo palhaço faltava-me graça
Pequeno fragmento da poesia do
Heterônimo Devon Clemo
Do livro: Paris e Eu

João e Maria

Conta a lenda que dormia
Uma donzela encantada
A quem só despertaria
Um donzelo, que viria
Com sua moto calibrada

Ele tinha ultrapassado
As leis do mal e do bem
Antes que um outro alguém, chegasse também
Fez o contorno subiu a ladeira
Assim com o seu GPS, não ficaria de bobeira

A donzela adormecida
Assim espera, adormecida espera
Dorme sonhando com o ronco da chegada
Espera ser conquistada
Enfeitada de purpurina e meia fina donzela espera

Longe, mas a cem por hora, ele vem
Sem saber que destino o espera
Rompe o semáforo e segue sem rumo
Ele é dela e ela também
Ela pra ele é o motoboy atrasado

Seguiremos o destinos juntos
Ele chega chorando e ela curtindo a ressaca
Ele olha pra ela, ela olha pra ele
Ela diz a ele: -Meu amor!
Ele responde a ela: - Você é pura cachaça.
Paródia
Pessoa,Fernando
Heterônimo Reberth Silppo

domingo, 28 de junho de 2009

Falo, Faço, Pouco, Tudo

Falo e faço
De tudo um pouco
Do pouco um tudo.

Faço e falo
Um pouco de tudo
Um tudo de pouco.

Tudo, pouco
Faço, falo, falo e faço
Ás vezes um pouco, ás vezes tudo

Ás vezes nem tudo, ou nem pouco
Pouco, tudo, faço, falo
Ás vezes, Ás vezes, Ás vezes.
Reberth Silppo

Sem Título

Revidei com um intenso grito de coragem, fomos de encontro com nossos medos. Com muita força nos chocamos entre gritos, espadas, raiva, lanças, garfos, colher, espumadeira, peneira, faca, panela, concha, rolo de macarrão, frigideira, copo, bule de café, chaleira e amor. Enfraqueciam alguns e encorajavam outros, lutamos e jurei a mim mesmo que só sairia do campo de guerra morto.
Deparei-me com o guerreiro amaldiçoado de cara amassada, feio e escuro quando olhei-o bem percebi que era eu mesmo. O meu maior inimigo sou eu, foi muito confuso e assustador, um choque ao me ver, mas entendi que para ser forte temos que verdadeiramente matar nossos lados negativos para crescer.
Com grandeza corri em minha direção lancei minha espada de ouro em meu coração e diante de sua tropa matei-me...
Página 18
Fragmento do conto: O mundo de Delfino
Heterônimo Reberth Silppo

Sem Título

Já desisti de mim
E penso que ela será o
Meu melhor, a minha morada

É para lá que quero ir o
Quanto antes e repousar,
Deste mundo, desta vida
Que não tem mais sabor, que não vale
Mais a pena fingir
Que vivo quando já dormindo

Estou cansado de tudo
E de todos, para que continuar
A forçar a minha natureza

Sei que não sou daqui
Mas de donde sou?
Do céu? Da terra?

Pôde comprovar e cá na terra
Não quero mais morar
Ir pro céu, lá uma dádiva que será.

Do livro: Poesias do meu Eu
Heterônimo Emiliano Costa

sábado, 27 de junho de 2009

Pitanga

A noite não poderia estar melhor muito calorosa, e diferente, o céu brilhava como nunca, parecia ter fogo sobre o ar, estava tudo perfeito, só estava um pouco nervosa nunca cantei na frente de ninguém e nunca dancei desta maneira para ninguém. Amapola logo veio me contar que a casa nunca esteve tão cheia, estava um furdunço, Dona Jozete fez á apresentação dizendo:
- Brigada pela presença de todos, estou feliz de vê-los todos meus queridos amigos aqui unidos para uma noite de festa e em plena estréia de Pitanga uma linda e sagas jovem nordestina que canta e dança com muita sedução, espero que todos vocês homens gostem e quero sempre contar com a presença das autoriades aqui presente, vocês faz com que nossa noite fique ainda mais bonita. Com vocês a linda jovem cantora e sedutora Pitanga.
Estava muito linda com pouca roupa, vermelha, preta e marrom espécie de calcinha e sutiã, não sei descrever o que senti, mas com certeza sabia que tinha potencial para exibir-me. E foi o que fiz com muito louvor, deixei todos aqueles marmanjos sem pressa de ir embora, fiz da minha apresentação a casa deles, uma noite inesquecível sentia-me uma loba ao luar que nascia e enchia-me de desejo e loucura. Cantei, dancei e nua quase fiquei, mas para o delírio de todos prometi que a cada semana faria uma nova surpresa, mas que ajudassem-me a dar o leite para as crianças.
Página 41
Pequeno fragmento do livro: Pitanga
Reginaldo Silva Poso

A menina

Vi crescer e ficar forte
Primeiro foi a ideia de deixar meu jardim mais bonito
Com isso veio a chuva para molhá-la
Depois o adubo para crescê-la forte e saudável,

Depois o sol para aquecê-la e fazê-la brilhar
O vento veio a soprá-la e deixá-la mais bela e vistosa
Minha menina que hoje esta linda
Mesmo depois de algum tempo

Continua rosa vistosa
Harmoniosa
Cheirosa

Continua bela, como menina
Minha menina rosa
Que rosa mais bela, essa minha menina.
Do livro: Diferentes poesias colidentes 2
Heterônimo Reberth Silppo

Amorzinho

Se tu me amas
Grite bem altinho.

Suba numa torre e grite
Assuste os passarinhos

Se me queres, então me enlouqueça!
Não faça nada de vagarinho

Viva tudo de montinho
Porque a vida é breve

Mas, breve meu amorzão
Por amorzinho não é não.
Do livro: Sem compromisso
Reginaldo Silva Poso

Carta ao bom velhinho

Assim nascia não sei se era noite ou dia, com minha alegria, flocos de neve caia risos eu ouvia.
Um ar debruçava-se em harmonia, as casas tinham pisca-pisca, árvores cheias de mimos, tâmaras, champanhe e peru na mesa de poucos terão, para outros faltarão, presente, alguns trocaram, mas tenho certeza que com fome de oração nos suprirão. Envio esta carta ao senhor da oração, batizado carinhosamente de Noel: o bom velhinho. E com ela vai minha esperança para que os espíritos natalinos estejam conosco em nossos lares e em nossas almas também.
Que em cada floco de neve caia e penetre com ternura em nossos corações, tornando-nos mais esperançosos e que nesta data festiva cada filho do senhor seja presenteado com suas principais necessidades.
Na casa que faltar alimento, presentei-o com emprego, na que não houver sabedoria dê paciência, na que precisar de equeilíbrio leve a paz. Na minha leve biscoitos com leite e feliz serei ao acordar e souber que este natal foi diferente. Confortante. Espero que nós filhos de Deus assimilamos o verdadeiro espírito natalino. Feliz natal todos os dias.
Por: Miguel Heterônimo de
Reberth Silppo
19/20-11-08

Mais um motivo da Rosa

Feliz é aquela pétala que cai e renova: Voa.
É ser, é fazer é ter, mas não morrer.

Rosas terei, amarei não afligirei,
Vivas no jardim, assim a encontrarei.

Suave, pétala que cai em mim
E delicadamente seu perfume me enobrece. Me adoça.

Seus espinhos não me machucam
Acordam-me simplesmente de um
Confins que nunca terei.
Intertextualidade: Cecília Meireles
Do livro: Sem compromisso
Heterônimo Reberth Silppo

Auto-Retrato

Retrato que me faço
De traço em traço
Às vezes me pinto em céu
Às vezes em terra

Às vezes me pinto de coisas
De coisas que já existiram
E de coisas que nem lembranças
As tenho mais

E desta imagem que faço
E refaço cria-se
Uma distorção pintada
Do tudo e do nada.
Do livro: Sem compromisso
Reginaldo Silva Poso

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um olhar

Perde a inocência da infância
Descobre o amor, e dele faz o
Seu tormento, sem trégua
Sentes medo do amanhã
Mas o que é o amanhã?

Senão o agora
Debate-se entre os lençóis
Ao bater a solidão no peito
Coração apertado, vontade de chorar
Mas o que são as lágirmas,

Senão a esperança de sorrir
amor sentimento que chega
Ser abstrata loucura
De insanos sem medidas
Que faz romper a noite em claro,

No desejo incontrolável de entregar
Que debulha em suspiros e fadiga
Enquanto a aurora se desponta renovando o tormento
Oh! Vida que se mostra tão longa
E no entanto dura tão pouco.
De Marcelia
Para
Reginaldo S. Poso

Cidade que já foi maravilhosa

Ah! cidade maravilhosa que já não és mais
Quando passeávamos de bicicleta
Quando as crianças ainda sorriam
Quando as flores ainda respiravam,

Ah! cidade maravilhosa que já não és mais
Quando os tempos antigos eram saudáveis
Quando ainda existia família
Quando os olhos ainda enxergavam a beleza,

Ah! cidade maravilhosa que já não és mais
Já não és mais apaixonante
Já não nos envolve mais,

Ah! cidade maravilhosa que já não és mais
Mas que um dia já foi
E quem sabe um dia volte a nos abraçar mais e mais.
Do livro: Diferentes poesias colidentes 2
Reginaldo Silva Poso

Saudosa infância

Tempos que não voltam mais
Quando se era feliz, quando a vida ainda sorria
Quando ser feliz era ter um doce, andar descalços, ser criança
Tempos que se foram

Foram para não voltar mais e aqui só nos resta os lamentos
A saudosa infância, infância saudosa
Quando brincávamos nas ruas libertos, livres como pássaros onde a maldade
não existia

Quando subiamos em árvores e nos sentiamos animais
Tempos que não voltam mais
Quando faziamos amigos com facilidade, quando tudo era mais fácil

Onde não existia malicia e sim sinceridades e brincavamos sem pudores
Saudosa infância, infância saudosa
Tempos que se foram e que não voltam jamais.
Do livro: Diferentes poesias colidentes 2
Reginaldo Silva Poso

Perdoai o homem que amaste

Ontem eu a amava, hoje também e o amanhã sempre,
Sei que errei fui até a luxuria dos meus anseios
A carne foi mais forte do que meu amor,

Fui dominado por uma beleza vulgar e barata
A sua minha senhora amanda é mais do que os céus
É a pluma da minha vida, a rosa que almejo, é mais do que eu mereço

Sei que vossa senhoria é digna de uma amor
Sei que é a rainha do sol e da natureza
Sei que todos gostariam de ter o seu amor

Mas alguns privilégios são para poucos
Eu lhe peço dei-me uma chance
De demonstrar que o amor só pode ser vivenciado lindamente

Sou a raiz de sua flor preciso de seu amor,
Quero almejar a sua flor fazê-la dar frutos
De alegria e de carinho para comigo e a todos que a amam.

Estou aqui implorando a única chance de demonstrar
Que mais do que amor eu entrego a minha vida em suas mãos
Faça de mim seu amado.

Esperarei o quanto for preciso para que vossa senhoria me perdoe
E possa-me amar da maneira que eu mereça
Esperarei até mesmo nos céus de sua religião

Quem sabe assim se a senhoria não puder me perdoar
Seu Deus me perdoe
Quero que saiba que a amo e quando a senhoria voltar ficarei

Extasiado de alegria, e mais do que isso, louco serei quando souber
Que vossa senhoria cristalinamente e celestialmente
Perdou o homem que tanto amaste.
Do livro: Diferentes poesias colidentes 1
Reginaldo Silva Poso

Sem título

Hoje sete de março, diante deste sol
Presentei-o-me. Com destino a felicidade,
Aos poucos vou despedindo-me de Dorsoduro,

Da janela que não poderei mais ver barquinhos
Do quarto, da cama e das paredes que me
Guardaram, a mim e aos meus segredos,

Felicidade, hoje eu sou e nela
Ei de começar a viver,
Despeço-me de todos e de tudo

De papai de mamãe e dos irmãos que não tive
A data não poderia ser melhor
Todos estão felizes, e viveram felizes,

Hoje sou eu, hoje eu serei feliz
Passo a corda pela madeira que reveste o teto
Com ela faço um nó bem apertado para que não haja erro,

Com a cadeira, vejo pela janela
A ponte, ponte Rialto a minha espera
Não sei se estava preparado.

E mesmo que não estivesse
Morreria do mesmo jeito
Mamãe sobe as escadas cantando

Entra no quarto cantando canta e mais canta
E com seu grito assusta-me
E caio da cadeira enforcando-me

E antes de partir para a felicidade
Seu canto era substituído
Pelo canto do seu choro, que

Levou-me para a escuridão, sentindo-me
Culpado não só pela minha morte, mas
Com as deles também.
07-03-1820

Heterônimo Emiliano Costa
Do livro: Poesias do meu Eu

Sem Título

Natureza que me veste de amor
Calor e flor. Passeio e encontro
Sabores.

Em suas ruas sinto o tudo
A mescla de sabores
Do café, dos brioches, das confeitarias

Mais gostoso é comer
Ao lado de quem amamos.
Quem ama acolhe

Paris, minha mãe, meu pai
Minha família, minha casa
Doce Paris, berço em que nasci

Seu vinho, seus retratos,
Sua mescla de querer e o não ter
Me encanta me hipnotiza.

Absorve-me e deleito sobre
Esta deliciosa confusão.
Do livro: Paris e Eu
Heterônimo Devon Clemo

Um gole de chá

Esculpo minha tarde a chá
Com biscoito melhor ficará
Para conversar, sei que Deus há de me guardar,

A tarde leve, desaba como pluma sobre o ar

Simples minha casinha esta
Os raios de sol levam a iluminar
Com eles, os anjos vieram cantar

Quero beber do seu chá
Biscoito na mesa, nunca faltará
A sua áurea nos iluminará

Suas vozes são como melodia, veio me encantar

Venha conosco pro céu
Onde é o seu lugar
Lá, você merece repousar

Ao balançar nossas assas
Com Deus tomaremos chá
E com um novo gole tudo renovará

É certo que com Deus, todos merecemos morar.
Do livro: Sem compromissos
Reginaldo Silva Poso

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