domingo, 30 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS DE CORRENTES


Gritei. Clamei. Pois se sou seu filho, então meu ser é mais forte do que o ar, do que o fogo a água e a terra que me guia. Pois assim a natureza é minha alma. Vivo entre as matas e as forças das divindades espirituais. Cercando-me de luz e proteção. Pele branca me tortura, machuca e as minhas origens também. Obrigado a servir a todos do melhor alimento e algodão. Enquanto eu e meus irmãos e toda nossa raça escravizada injustamente se alimenta dos restos, da injustiça e da humilhação. Mas sei que sou amado quando canto, canto e mais canto, por mim por eles e por todos os evoluídos que erguem-me sempre que caio de joelhos ao chão rogando por sabedoria. É com o vento que levo as injurias para os guerreiros é junto do fogo que mostro minha bravura é com a terra que piso quão construo um alinhado amanhã e é com a água que sacio a dor, toda vez que sou impedido de sonhar. Quando aqui fomos abrigados a viver, nossos guardiões plantaram a fé e o regozijo em nosso ser, dessa forma nunca estaríamos abandonados. A cada chicotada a ganância de viver aumentava ainda mais. Forçados deixamos tudo para trás, menos os nossos evoluídos espíritos que donde quer que estejamos eles nasceriam do sofrimento e do cativeiro. Negretuamos todas as noites nos quilombos e em qualquer mata que nos queira bem. De dia trabalhávamos feitos animais num campo de tristeza e amargura. De noite fazíamos acalmaria entre a lua e as estrelas. Percebo o quanto os senhorios são fracos, não sabiam nem banho tomar sem que esquentássemos sua água. Não comiam se não cozinhávamos, não vestiam se não costurávamos. Não eram completos se não nos pisassemos. Somos um povo de terra rica, firme e pura humanidade.Somos independentes de quaisquer lamentações ou impurezas, afinal o que nos reveste de maternidade é a natureza e os Deuses que nos banha de amor. Seja qual for à ideologia a quebra das correntes nunca poderá ser quebrada, eu não deixaria. Enfim, não haveria história se não houvesse correntes.

Reginaldo Silva Poso

sábado, 29 de janeiro de 2011

Há Clara Nunes



Canto Das Três Raças Clara Nunes
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil

Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou

Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares

Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou

E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador

Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor.

PAZ

Cada pétala do bem e do mal me quer.

Renova em mim a ganância do viver!

Pois é em meu ser nasce-renasce a paz

Psíquica, física, moral, espiritual!


Reginaldo Silva Poso

sábado, 22 de janeiro de 2011

MPB 4 - Chega de Saudade

É na seca que se cria água em mim,

É no deserto que se torno desejo,

É nas labaredas que me destaco,

É na dor que afloro feito rosa: cheiroso, admirável, lindo e único.


Reginaldo Silva Poso

sábado, 8 de janeiro de 2011

AO OLHAR-TE

Posso dizer que gostei de você,

Posso tocar em você.

Posso até respirar em você!

Mas são com os meus olhos que digo o quanto gostei de você!

Reginaldo Silva Poso

QUERER

Quero ontem,

Quero hoje,

Amanhã quero sempre ao seu lado acordar.

Sentir sua presença, cheiro, beijo e toque.

Quero como café da manhã o lençol, o travesseiro, a cama e você!

Reginaldo Silva Poso

domingo, 2 de janeiro de 2011

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